terça-feira, 9 de agosto de 2016

Pedro Alvares Cabral psicografado

No final do livro "Terra Papagalli", temos um texto que chama atenção, um depoimento de Pedro Alvarez Cabral sobre Cosme Fernandes. Mas não é só isso caro leitor, o depoimento de Cabral sobre o personagem da obra avaliada em nosso blog, não foi feita enquanto o mesmo estava vivo!

Fonte: Giphy
Isso mesmo que você leu, o pequeno depoimento foi psicografado. Para os desinformados, segundo o Google, psicografar é "anotar, escrever (algo que teria sido ditado ou sugerido por algum espírito desencarnado). O médium psicografou um poema inédito de um poeta" .  Leia abaixo o trecho presente no livro:

"Quando larguei aquele rapazote nas praias da Ilha de Vera Cruz, digo, do Brasil, nunca poderia pensar que ele teria o destino que teve, ou seja, que se transformaria em um rei, que teria tantas mulheres, que mataria tantos homens, que possuiria tantas moedas e viveria tantas aventuras.
Na verdade, meu palpite era que ele morreria dali a uns dias, certamente devorado por selvagens antropófagos. Mas, as coisas não se deram exatamente assim. Muito pelo contrário. Quantos erros, meu Deus! Bem mereço estar no inferno.
E, se errei minhas previsões quanto ao jovem Cosme Fernandes, hoje mais nos livros de História pela alcunha de Bacharel da Cananeia errei ainda mais nas minhas previsões sobre a Terra Papagalli, digo, o brasil, que achei ser um novo paraíso".

- Pedro Álvares Cabral (psicografado)

Curiosidades

Créditos: Wikipedia

No livro há a abordagem a diversas culturas as quais, muitas, são desconhecidas por nós. Dessa forma, Cosme Fernandes, o narrador personagem do livro, resolve fazer um dicionário a partir do seu acolhimento na tribo dos tupiniquins, a fim de facilitar  o entendimento do livro . Veja abaixoalgumas das palavras da cultura Tupiniquim:

ABÁ: homem; pessoa
ANHANGA: demônio, diabo
CANGA: enxuto CARACU: suco de aipim mastigado
CATINGA: mau cheiro
CUCUIA: tropeção; queda; decadência
CUESSÉ: ontem
CUESSÉ CUESSÉ: anteontem
CUESSÉ CUESSÉ CUESSÉ: antigamente
CUNHÃ: mulher; fêmea CUNHÃMURU: mulher feia, assombração
EMBOABA: mão peluda; português
EREIUPE: Bem-vindo! ITA: pedra; coisa dura
ITAPOÃ: pedra erguida; âncora
JURURU: estou triste...
MAENDUARA: lembrança, memória; aquilo que se vê olhando para dentro de si
MOQUÉM: grelha de varas para assar carne
NHAM: entranhas
NHANHAM: entranhas preparadas no moquém
NHENGA: falar
NHENHENGAGA: gaguejar
NHENHENHÉM: falar, falar, falar...
OCA: casa
PEAQUITÃCUTÃCATUETÉ: caminho longo
PEPUCU: caminho curto
PETECA: esbofetear, bater com a mão aberta
PIXAIM: crespo; enrugado; velho
TABA: aldeia
TACUÃNHITA: cano rijo; homem enamorado
Tupã: trovão
Sucuri ou Suú-curi: morde depressa
TACUINHA: cano
 TATÁ: fogo TIM: nariz
 TIMPUAMA: nariz para cima; orgulho
TINGUEJIBA: nariz para baixo; vergonha
Ú: comer
UÚ: comer ou beber demais, ter indigestão SA
XIÁ: vem aqui...
XORI: vai-te daqui!

 Voltando ao livro, percebe-se que  há um tribo, são os tupiniquins, a qual Cosme se relaciona, como já falado anteriormente. Analisando um pouco mais a fundo, vemos que eles foram descritos na carta de Pero Vaz de Caminhas como "pardos de pele avermelhada, com feições bonitas, cabelos negros muito lisos, os quais os homens usavam cortados por cimas das orelhas e as mulheres soltos pelos ombros. Andavam nus e não demonstravam vergonha, sendo tão elegantes, ninguém se sentiu chocado, a inocência do paraíso.
Alguns ostentavam pinturas no corpo, bonitas toucas feitas com pena de papagaio e colares de continhas miúdas. No lábio inferior atravessavam um osso branco que aparentemente não perturbava nenhuma função.

Falavam, comiam e bebiam sem que o osso fosse um estorvo ".


Créditos: Costa Norte

Com a ajuda Wikipedia, pesquisei um pouco mais sobre a tribo dos tupiniquins achando o seguinte trecho:

"Os tupiniquins, também chamados tupinaquistopinaquis e tupinanquinssão um grupo indígena brasileiro pertencente à nação tupi. Eles habitavam, por volta do século XVI, duas regiões do litoral do Brasil: o sul do atual estado da Bahia e o litoral do atual estado de São Paulo entre Cananéia e Bertioga,
além da zona de campos no topo da serra ao lado desta última região. Foram o grupo indígena com o qual se deparou a esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral, em 23 de abril de 1500. Atualmente, habitam terras indígenas no município de Aracruz, no norte do estado do Espírito Santo, no Brasil"
Link: Tupiniquins

Caso queira saber um pouco mais sobre a língua dos tupiniquins, a qual nós herdamos muitas coisas, visite o site Dicionário do tuipi-guarani!

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Recordações




Essas fotos me fazem lembrar a chega dos portugueses na costa brasileira, como no livro fala, a costa brasileira era formada por grandes árvores, e vários animais, elas também me remete a cultura indígena, com seus adereço e costumes que foram visto com indiferença pelos portugueses no momento da sua chegada, quando Cosme Fernandes é deixado junto aos seus outros companheiros no Brasil e as caravelas que foram utilizadas no transporte dos portugueses.

domingo, 7 de agosto de 2016

Conheça o livro pelos olhos de uma leitora. Veja a Análise Crítica!


Sabe aquele preconceito com a literatura brasileira de que todos os livros são chatos? Pois é, foi justamente o que eu senti quando tive que ler “Terra Papagalli”, obra de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, publicado em 1997 no campo fictício. Pois bem, sabe esse preconceito? Ele foi quebrado. O livro me surpreendeu. Para quem esperava uma narrativa chata – vulgo eu – o mesmo quebrou todos os paradigmas e superou as minhas expectativas. O livro trata sobre o “descobrimento” do Brasil através de 134 páginas, com uma leitura leve e fluente.
O começo é bem light, se assim posso dizer, o personagem principal, Cosme Fernandes, apresenta-se através da narrativa sobre seus pais.

Pág. 9
“Ah, um rapaz de família humilde!”, você pensa. Ele foi a um primeiro momento, entretanto, seu pai começa a se envolver com comercio fazendo um sucesso danado que chega, até mesmo, a mudar de cidade. Cosme nasce antes de seus pais desembarcarem na nova cidade. “Hm, menino nasceu no mar. Filho de Poseidon”, mas calma aí! Aqueles (as) que são fanáticos por mitologia grega e já tendem a querer ler as entrelinhas de tudo. Esse livro não se trata sobre estórias mitológicas e sim, sobre a “descoberta” do Brasil.
Sua família é de Judeus, fazendo-os sofrer preconceito, a moral da época era ser cristã. Sua família fora denunciada e então utiliza de Cosme para provar a sua lealdade ao cristianismo, colocando-o num seminário.
Observe a confusão que começa por aí. Cosme nunca foi fã de aprender Latim, entretanto o estudava, seu professor se chamava Magister (em Português significa Mestre) Videira, como gostava de ser chamado. Convencido, não?
Magister também era um confessor e ao levar Cosme para a casa de uma nobre família para uma confissão, o mesmo compreende o porquê de seu professor ir visitar uma família a milhas de distância: A comida.

Fonte: Giphy
Pois sinto lhes dizer, mas vocês não são os únicos loucos por ela.


Pág. 11
 Em certo momento Cosme fica a sós com a filha do Senhor Fidalgo, chamada Lianor. Prepare-se para a parte cômica. A menina sofreu uma desilusão amorosa – quem nunca? Snif – e se abre de repente para Cosme. Ele fica até mesmo constrangido por sua falta de reação. Também, né! Uma estranha do nada vem derramar suas angústias em cima de você, não é para menos. Lianor diz que Cosme é muito parecido com seu sumido amado e se insinua para ele.
Sinceramente, a achei bem estranha. A menina devia estar muito sozinha pra se jogar assim no primeiro macho que aparece (😂😂) . Os dois fazem tico-tico no fubá, se é que você me entende ( ͡° ͜ʖ ͡°), e juram lamúrias de amor. Pergunto-me de onde esse amor surgiu tão assim do nada. Num momentos são meros desconhecidos, no outro Lianor insinua-se, Cosme não resiste e BUM! Um amor explode. 


Fonte: Giphy
Se hoje em dia fosse assim, estaríamos cheios de homens e mulheres apaixonados. Entretanto não vamos nos esquecer da moral e costumes da época, as pessoas não eram tão abertas iguais às hoje em dia.
Cosme vai embora e sofre de saudades da sua, tão recente, amada. Em um belo dia, o mesmo é chamado para a sala de Magister Videira. E aí você pensa: “Eles descobriram!”. Calminha aí meu (inha) amigo (a), leia e veja que foi bem pior que isso.
Cosme entra em desespero pensando o mesmo que você pensou: Ele foi descoberto. Começa a pensar que Lianor neste momento deve estar sofrendo, sendo açoitada, entre outros castigos. 

Pág. 14
Cosme começa a dizer que a culpa é dele, pede desculpas, diz que se deixou ser levado pelo Diabo, assumindo a culpa toda para si.
Um momento de silêncio.
Porém, Cosme fora chamado na sala para justificar o porquê de somente haver onze biscoitos na cesta, da volta da casa do Senhor Fildalgo, ao invés de doze.

Fonte: Giphy
Poooois é, o riso é livre e nessa parte eu não tive como conter-me. Cosme mostra que é gente como a gente, Brasil! Precipitando-se, o próprio se entregou! Ele foi lerdo o suficiente para isso. Vemos que as pessoas que não estão acostumadas a mentir, na primeira batalha se entregam. Já dizia minha mãe “Veja mais e fale de menos”. Tadinho de Cosme, será que os pais dele não disseram isso? Se tivessem, talvez, ele não se entregaria tão facilmente. E essa confusão o levou para o desastre total. Foi preso, quase morto e condenado aos piores dos tratamentos.
O desenrolar do livro ocorre de formar natural. Admito que houve momentos em que a leitura se torna cansativa e marasmática, porém o livro é uma caixinha de surpresas. Em determinado momento Cosme parece um menino ingênuo para certas situações, toda via, com os acontecimentos em sua vida ele começa a adquirir malicia, entretanto essa característica não o livra de certas surpresas na vida.
Quando é designado para ir as Índias como prisioneiro e sua tripulação acabam por "achar" o Brasil, Cosme faz amizade com um grupo de prisioneiros, o mais marcantes de todos fora Lopo de Pina, homem proprietário de uma personalidade humorística a qual coloca apelidos em todos. Foi preso acusado de ter matado o próprio irmão sem querer ~Como assim?~ Pois é, cismei com ele, achei muito estranha a história de como o mesmo matou seu próprio irmão. História digna de ser um dos romances, não preenchendo exatamente a categoria, trágicos de Shakespeare. Lopo foi a pessoa que Cosme mais se aproximou.
Depois de meses no mar, vários dramas e um amor persistente por Lianor , Cosme e a tripulação do navio declaram “Terra  à Vista”. Terra essa que Cosme temeu até o ultimo fio de cabelo. Ôh homem frouxo! Depois de um contato com os nativos decidiram por deixar alguns homens nessas terras pertencentes a Portugal com a desculpa de que aqueles que ficavam eram invejados por todos. Porém Cosme não pensou desse jeito, ficou temeroso, pedia a Deus que não fosse escolhido, mas é como diz o ditado: Vamos fazer o quê, né mesmo? E lá foi ele e seus companheiros em direção à terra.

Pág. 32
Os índios, bastante inocentes, aceitaram em um segundo momento aqueles homens em sua vida de bom grado através da troca de presentes “bobos”. Cosme e seus companheiros cresceram naquela terra, adquiriram experiências as quais em alguns momentos se felicitavam por ali estarem e em outras lamuriavam. As mulheres muito inocentes, e deslumbradas pelos homens brancos, se ofereciam. E como falei anteriormente, o livro é um caixinha de surpresas. Por mais que em alguns momentos a leitura se torne cansativa, coisas interessantes estão por vir. Cosme supera seu amor por Lianor e chega a ter filhos com uma das índias, também alcançando um certo nível de poder na tribo. Entretanto, acredite, essa não é a maior surpresa do livro. Tãtãtãããã! ~Efeito dramático~
Os autores do livro apresentaram uma narrativa bem descritiva, com poucos diálogos e muitas explicações sobre os fatos decorridos. Na obra retratada temos um narrador-personagem o qual organiza suas ideias em tempo psicológico, variando o seu espaço, tempo e, até mesmo, os personagens de acordo com o desenvolvimento da trama. Impressionei-me pelo fato de não ocorrerem mudanças de estruturação do texto, uma vez que a obra foi elaborada por duas pessoas. O livro fora escrito como uma forma de informar e criticar a tal “descoberta” do Brasil. O mesmo, ainda nos faz analisar as heranças corruptivas que adquirimos e levamos ao longo dos anos. A analogia à facilidade de enganar e ser enganado é sempre persistente e é abordada através dos “Dez Mandamentos Para se Bem Viver na Terra dos Papagaios”.
Além disso, temos o retratamento de uma Portugal em processo de transição. Num primeiro momento Cosme é julgado por seu ato, considerado um tabu para aqueles que o julga, retratando o Classicismo. O mesmo traz a razão acima dos sentimentos, onde o amor deve ser sublime, espiritual e não físico de acordo os ideias divinos, o tão falado Teocentrismo. Em outro momento Cosme é levado em direção as Índias, dessa forma temos uma mudança de rumo, entra em cena o Humanismo, no qual o homem procura o poder, ascendendo os ideais burgueses, tornando o homem o centro de tudo, o tão conhecido e praticado Humanismo.
Na atualidade não nos afastamos do ideal Humanista, tudo o que procuramos a todo momento é o poder. Talvez por pura luxúria ou por ser a única forma de sermos ouvidos. Afinal, alguém já viu, de fato, a classe mais baixa ter voz? Ela pode tentar, mas no fim a vitória é dos poderosos que manipulam a tudo e a todos, que camuflam o que vemos e consequentemente tudo se torna ilusão. Nessa terra não há nada que não possa ser comprado.
“E o resumo de meu entendimento é que naquela terra de fomes tantas e lei tão pouca, quem não come é comido.”
- Cosme Fernandes, Décimo Mandamento Para Bem Viver Na Terra Dos Papagaios.(Terra Papagalli, pág. 126)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Vídeo traz análise sobre o livro Terra Papagalli. Assista e conheça um pouco mais!

Créditos: Captura do vídeo 

O vídeo a seguir fala sobre a história do narrador personagem do livro, Cosme Fernandes. O vídeo está disponível no canal Redacional Livraria, onde o autor do canal explica que o livro é recente no mercado literário, e que o mesmo segue um padrão da literatura de informação, ele também fala que o livro é quase um diário onde Cosme fala, mais ou menos, sobre si mesmo. O autor do vídeo ainda demonstra um ótimo conhecimento sobre a obra e vai comparando a história do Brasil com o livro, dessa forma fica um pouco mais fácil de entender e compreender a mensagem do livro.